O Arauto

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sexta-feira, outubro 27, 2006

É só calúnias contra Eduardo dos Santos

A Imprensa não livre, ao contrário da congénere angolana (um paradigma de liberdade), teima em caluniar o presidência da República de Angola, afirmando entre outras asneiras que o presidente José Eduardo dos Santos tem dinheiro depositado em bancos suíços. Como seria possível o presidente de um Estado de Direito democrático, eleito pelo povo e defensor dos direitos humanos ter dinheiro no estrangeiro?

Embora sem necessidade disso, dada a credibilidade internacional do Estado angolano, "os Serviços de Apoio da Presidência da República reafirmam que o presidente da República não tem e nunca teve dinheiro depositado em bancos suíços, nem qualquer outro património na Suíça".

Nem na Suíça nem em qualquer outro lado. Tudo (e é tão pouco!) que Eduardo dos Santos tem está, obviamente, em Angola.

No documento, aqueles serviços manifestam "bastante indignação" com o que consideram ser "referências infundadas e caluniadoras" sobre José Eduardo dos Santos. E têm razão. A Imprensa dita livre tem a mania de atacar os maiores exemplos de democracia. É precio metê-la na linha...

"O presidente de Angola não foi citado em momento algum na investigação anteriormente instaurada pelas autoridades policiais suíças como tendo contas e m bancos helvéticos", recorda o comunicado, acrescentando que responsáveis suíços "também manifestaram surpresa" pela alusão feita agora ao nome do presidente angolano.

É evidente. Todos sabemos que Eduardo dos Santos, como a maioria dos democratas vitalícios, não tem dinheiro, nem bens, fora do país. Além disso, convenhamos que a Suíça nunca diria quem são os seus clientes.

De facto, como diz os Serviços de Apoio da Presidência da República, os jornais portugueses Público e Correio da Manhã, o espanhol El País e o suíço Le Temps têm muito a aprender com os seus colegas angolanos, sobretudo – é um dos muitos exemplos possíveis – com o Jornal de Angola.

Crónica de Orlando Castro

Generais Paulo Lara e "Mussolo" na corrida à Polícia Nacional

Os generais Paulo Lara, filho do político histórico do MPLA Lúcio Lara, e Torres Vaz da Conceição "Mussolo", irmão do porta-voz do Presidente da República, Aldemiro Vaz da Conceição, têm sido sondados pelos Serviços de Apoio à Presidência da República (SAPR) para substituir o comissário geral José Alfredo "Ekuikui" no cargo de Comandante Geral da Polícia Nacional.

Recorde-se que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, usando da faculdade que lhe é conferida pela Lei Constitucional, exarou, no passado dia 24 (ver notícia aqui no NL), oito decretos de exoneração e seis de nomeação.

Foram exonerados, no mesmo dia, Vicente Matias Félix, do cargo de Vice-Ministro da Defesa Nacional para Administração e Finanças, Joaquim Augusto de Lemos, do cargo de Embaixador na República do Zimbabwe, Filipe Felisberto Monimambo, do cargo de Embaixador na República da Sérvia, e Domingos Culolo, do cargo de Embaixador na República da Eslováquia.

Foram igualmente exonerados o General Agostinho Fernandes Nelumba `Sanjar`, do cargo de Chefe do Estado-Maior General das FAA, o General Pedro de Morais Neto, do cargo de Chefe do Estado-Maior da Força Aérea das FAA, o General Francisco Pereira Furtado, do cargo de Chefe da Direcção Principal de Operações do Estado-Maior General das FAA.

Por outro lado, o Presidente da República nomeou o General Agostinho Fernandes Nelumba `Sanjar` para o cargo de Vice-Ministro da Defesa Nacional, o General Francisco Pereira Furtado para o cargo de Chefe do Estado-Maior General das FAA, Alberto Correia Neto para o cargo de Embaixador na República da Eslováquia e Ambrósio Lukoki para o cargo de Embaixador na República Unida da Tanzânia.

Foram igualmente nomeados Domingos Culolo para o cargo de Embaixador no Reino da Suécia e Filipe Felisberto Monimambo para o cargo de Embaixador na República do Zimbabwe.

Entretanto, o General Pedro de Morais Neto foi indigitado para futuro Embaixador de Angola na República da Zâmbia.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Jornalista angolano despedido por querer ser Jornalista

Li aqui no Notícias Lusófonas que a Imprensa angolana está a mexer, mesmo que seja pelo surgimento de projectos jornalístico-propagandísticos. Apesar de tudo, pensei, é bom sinal. Eis senão quando, alertado pelo serradachela (blogspot.com) vejo no Apostolado que um jornalista da rádio “Comercial 2000” que exercia a função de editor foi expulso por, alegadamente, não publicar uma notícia sobre uma conferência do MPLA, no município do Lubango.
António Pedro foi afastado pelo facto de não ter incluído o acontecimento num dos principais noticiários daquela estação de Rádio. A conferência estava a ser transmitida em directo pela antena comercial do Lubango. Nem mais. Ainda se fosse uma conferência da FNLA ou da UNITA… Segundo a Ecclesia local, o jornalista expulso negou-se a gravar qualquer entrevista temendo represálias e por ainda estar interessado em regressar ao emprego.
Lá (em Angola) como cá (em Portugal) os Jornalistas são livres de dizer o que o Poder quer. Apenas isso. Há, é claro que há, excepções. Mais cá (Portugal) do que lá (Angola). O sindicato de jornalistas na Huíla diz que a situação é sensível por envolver questões políticas, mas garante que tudo vai fazer para chamar à razão à direcção da rádio comercial do Lubango, como disse à Ecclesia Joaquim Armando, secretário para a informação do sindicato de jornalistas na Huíla.
Não adianta chamar à razão. As razões das ideias de poder escapam às razões do poder das ideias. E, como em todas as ditaduras, o MPLA só conhece as ideias de Poder. «Nós somos sempre a favor dos nossos filiados e é o caso desta situação e é o caso de futuras situações em que nós estaremos sempre a favor. Agora o facto de ser razão política talvez torne o caso mais sensível», disse o responsável do Sindicato, certamente temendo que se não tiver cuidado ainda um dia destes vai chocar contra uma bala .
Esta não foi a primeira expulsão de um jornalista naquela estação emissora sobretudo depois do ingresso de uma nova direcção. Claro. Não se chega a director por obra e graça da competência. Chega-se por obra e graça de quem manda. E, no caso, quem manda é o MPLA.
Cronica do Jornalista Orlando Castro, publicada incialmente aqui

terça-feira, outubro 17, 2006

Depois do que disse Dlakhama, Moçambique será o mesmo?

Com o dedo em riste e abespinhado quanto baste (presumo que as circunstâncias a isso o obrigam), o líder da RENAMO acusou a FRELIMO de ter as mãos sujas de sangue, de o humilhar, a si e aos seus homens, e de estar a criar condições objectivas e subjectivas para Moçambique voltar a viver os tempos duros e puros do monolitismo de triste memória, que deixou cicatrizes profundas, que ainda doem, e feridas, que ainda sangram, naquele País situado na costa Sul-Oriental de África .


Afonso Dlakhama, que desabafou em entrevista exclusiva ao Notícias Lusófonas, afirmou que a criminalidade está a tomar conta de Moçambique sem que a Polícia e o Poder Judicial consigam pôr cobro à situação de insegurança, que já faz os moçambicanos tremerem de medo que nem varas verdes, que reina nas ruas da antiga Lourenço Marques.

Dlakhama disse ainda que o Poder Judicial encobre alguns, mas quase todos, criminosos, sobretudo os que pertencem à classe dos poucos que têm milhões (porque os milhões que têm pouco são imediata e incondicionalmente arrastados para uma cadeia qualquer aonde permanecem até apodrecerem, morrerem de inanição), o que traduz a expressão mais alta da descoragem deste poder naquele país lusófono.

Para sustentar a sua afirmação, Dlakhama apontou como exemplo o facto de a (in)Justiça moçambicana não ter julgado e ordenado, até ao presente momento, a prisão de Nhimpine Chissano, filho do predecessor de Armando Guebuza à testa do Estado moçambicano, acusado de ser o autor moral da morte do jornalista Carlos Cardoso, director e proprietário do jornal de tipo newsletter "O Metical".

Quero crer que o rosto mais visível da oposição política moçambicana sabe do que fala e, com as suas denúncias, quer chamar a atenção da Comunidade Internacional, este conceito abstrato que só age, e de forma lesta e cínica cínica, quando os seus interesses estão em causa.

Caso contrário, à semelhança do direito que tem de fazer as acusações que fez, Afonso Dlakhama poderá ser confrontado, pelo partido no poder em Moçambique, com a obrigatoriedade de provar as suas afirmações. E se não o provar será obrigado descalçar o sapato para contar até 12.


Angola está a (de)crescer

Há angolanos do Menos Pão Luz e Água, que normalmente se apresentam com uma arrogante e boçal ostentação, que têm afirmado (escrito) que Angola está a crescer a passos largos.
Tais afirmações têm levado os angolanos que vivem no estrangeiro a pensar que o Menos pão Luz e Água está mesmo apostado em "resolver os problemas do povo (sic!)", quando, na verdade, este é um discurso em que o povo não mais acredita, qual logro que já não tem mais lenha por onde arder.
Quem quiser contraditar o que digo, pode perfeitamente fazê-lo. Mas que não se esqueça de fazer a fineza de reconhecer que 90% dos habitantes de Luanda (ainda) não tem acesso à energia eléctrica, à água potável à saúde e à educação.
Quem quiser provar o contrário, pode fazê-lo. Contanto que não se esqueça de fazer a delgadeza de dizer que os prédios da baixa de Luanda estão tão sujinhos (empoeirados), que até parece que nunca mais foram pintados desde que o último colono portguês deixou o território angolano.
É preciso dizer que, nas ruas de Luanda, paira no ar um clima de medo, de intolerância política e de exclusão social e que o povo ainda não sorri como era suposto, possível e desejável depois do 22 de Fevereiro de 2002.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Policias terroristas prendem Raul Danda

O Partido Angolano Independente – PAI, vem por este meio afirmar o seu veemente repúdio pela prisão totalmente arbitrária do cidadão RAUL DANDA, dia 30 de Setembro de 2006, no aeroporto de Cabinda. Numa demonstração brutal de desrespeito total pela Lei, mais uma vez terroristas afectos à Polícia Criminal sob Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC), eufemismo de ocasião para PIDE/DGS-DISA, prenderam, sem qualquer mandato, um actor, chefe de família e activista pacifista dos Direitos Humanos.
Teimosamente grudados à prática de constantes violações dos mais elementares Direitos do Homem e do Cidadão, o Governo de Angola e os seus instrumentos repressivos, como é o caso da DPIC, persistem em excluir e em prender todos os democratas que ousam pensar de forma livre, crítica e responsável.
O Partido Angolano Independente – PAI exige a libertação imediata e incondicional do Presidente de RAUL DANDA, e que os terroristas que protagonizaram este acto hediondo sejam levados à Justiça, nomeadamente o Meretríssimo Juiz André Goma, Procurador Adjunto da Província de Cabinda. O facto desta arbitrariedade ter ocorrido no dia do 14º Aniversário da realização das primeiras e únicas eleições em Angola e ter como cenário Cabinda, é profundamente significativo da política repressiva fascista de José Eduardo dos Santos, revelando sem equívocos as suas intenções de subjugar com toda a violência o Povo de Cabinda, sob a capa de um Memorando de Entendimento, que nada mais é do que um estratagema falido que não convenceu ninguém, e que agora encontrou o seu requiem. José Eduardo dos Santos é o verdadeiro arquitecto da política do MPLA de asfixia dos Direitos Humanos em Angola e da Livre expressão, no sentido de calar as vozes que se levantam, em Cabinda e em todo o País, para denunciar o roubo das riquezas do País pelo bando de malfeitores a seu mando.

Autocracias detestam Liberdade de Imprensa

Jornalistas Adulai Indjai na Guiné-Bissau e Raul Danda em Angola são dois dos mais recentes exemplo Recebi via e-mail um “grito de revolta e alerta” por causa de um jornalista bissau-guineense que terá sido ameaçado de intimidação física, incluindo ameaças de morte, devido a uma reportagem por ele feita no aniversário da independência da Guiné-Bissau.
O jornalista, Adulai Indjai, técnico social da ONG portuguesa INDE, produtor e apresentador do programa radiofónico Voz da Juventude para os objectivos do Milénio, financiado pela VNU, Rádio Jovem, e jornalista no Gazeta de Notícias, decidiu fazer um programa diferente sobre os 33 anos da Guiné-Bissau e em vez de laurear o poder preferiu ir á rua e auscultar a opinião pública e ouvir o que o país real lhe tinha para dizer. Que crime lesa-pátria.
Esta atitude era um claro desafio às autoridades do país porque, segundo parece, a vox populi deixava entender que os grandes culpados dos atrasos do país seriam a classe política e castrense. Também não esqueçamos que na última comunicação ao país, por quando do aniversário da independência, o presidente “Nino” Vieira acusou a Comunicação Social de estar por detrás de muitos dos problemas por que passa o país.
Por isso, não surpreende que alguém, anonimamente, através dos telemóvel e e-mails pessoais, possa ameaçar um jornalista física, moral e mortalmente. E ainda nos perguntamos como isto é possível na terra de Amílcar Cabral... Mas se o é na terra de Cabral, também o é em outros países de expressão lusófona. ... E em Angola Em Angola, um jornalista, actor e activista dos Direitos Humanos, Raul Danda, foi detido em Cabinda, ao regressar de Luanda, na sequência de uma revista pública dos seus pertences em pleno aeroporto e, segundo parece, sem que as autoridades estivessem na posse de um mandato judicial.
O crime de Danda é ser um activista próximo da ilegalizada associação cabindense Mpalabanda. O crime de Danda é ter uma voz e um pensamento diferentes do que pensam certos esconsos corredores de Luanda. O crime de Danda é ser um jornalista e um activista que tem «...uma pena e uma voz pela democracia» fortes e independentes não se acomodando perante tudo aquilo que querem fazer crer ao povo angolano os tais esconsos corredores.
Daí que só uma semana depois da sua detenção no aeroporto de Cabinda e perante a denúncia de sectores tão díspares como a igreja ou a sociedade civil e política angolana o Procurador provincial de Cabinda (será que o Procurador-geral da república o sabe?) tenha decidido legalizar essa detenção ao abrigo de segurança de Estado.
Mas qual segurança? A do Estado, ou de alguns que se auto-instituíram no enclave e nos tais esconsos corredores de Luanda? Porque... como é possível que um detido, mesmo sobre acusação de ataques a segurança nacional, não possa ser assistido pelo seu advogado? Como diz um comunicado da Unita sobre este assunto, um país só pode «...guindar-se a um nível de respeitabilidade na comunidade internacional se souber dignificar as suas instituições e os seus cidadãos».
E quem diz de Angola, diz da Guiné-Bissau, do Sudão, da Guiné-Equatorial e de todos os países que continuam a manter a autocracia como estandarte governativo. É altura desses poderes mostrarem que não estão no poder pelo poder mas que põem as causas nacionais acima dos seus interesses pessoais e particulares. E quero acreditar que os presidentes de Angola e Guiné-Bissau desejam alinhar por essa diapasão e que alguns actos são feitos à sua revelia...
O artigo e da autoria de Eugenio Costa Almeida, "fanei-o" daqui

O contributo de Alcides Sakala para a (futura) historia de Angola

No dia 21 de Setembro enviaste-nos uma crónica que, como sempre, publicamos, e continuaremos a fazê-lo com todo (e mais algum) prazer, com o maior agrado, por quanto esse exercício muito nos honra, por um lado, e enriquece, por outro lado, o Notícias Lusófonas, que regracia reverencialmente o facto de Te ter como colaborador… de luxo.
Davas conta na Tua crónica (Alto Hama) que Tinhas acabado de ler o diário de Alcides Sakala, Teu “velho e querido amigo dos tempos (entre outros) dos bancos de escola do Huambo (sic)”, agora transformado em livro com o título “Memórias de Um Guerrilheiro”.
Companheiro (pois é assim que nos tratamos!),
Gostaria de Te dizer, meu velho amigo de várias avenidas e não menos córregos, que também acabei de ler o referido subsídio para a futura História do nosso País muito recentemente, embora confesse que a sua calaceira e inapta revisão quase que me levou à desistência.
Contudo, pelo livro de Alcides Sakala (o homem, o politico, o diplomata que não confunde democracia com cleptocracia nem imunidade com impunidade) deu para ficar a saber de muita coisa sobre a estulta guerra angolana que não teve a cobertura jornalística que têm tido as outras contendas em muitos pontos do mundo (Bósnia, Iraque, Afeganistão, mais recentemente a Palestina etc., etc.,).
Pessoalmente fiquei a saber que o grosso dos angolanos, fossem eles do MPLA ou da UNITA, que serviam de carne de canhão eram todos falantes da língua Ovimbundo e Cokwé e que existem, afinal, duas Angolas: a dos civilizados e a dos matumbos.
Tomei boa nota do (dei-me conta de que afinal, enquanto angolano, tenho estado a ver a banda a passar) envolvimento e da participação de brasileiros no conflito angolano e soube que Alcides Sakala é bastante criativo e dono de um senso de humor sem igual ao dizer (escrever) no seu livro que a pretensa democracia angolana é a democracia das Ingombotas (bairro antigo de Luanda) e que o sistema que impera em Angola não representa o sentido nacional de todos os angolanos.
Cronica publicada incialmente aqui