O Arauto

Photobucket

segunda-feira, março 19, 2007

Riso de mau gosto sobre o sofredor povo zimbabweano

O ministro do Interior angolano esteve recentemente em Harare para, em nome da inteira e exclusiva responsabilidade do presidente José Eduardo dos Santos, se rir, na cara, à beça do infortúnio do sofredor povo zimbabweano, que é o de ainda ter, e aturar (até quando?), como chefe de Estado Robert Gabriel Mugabe, um homem que, admitamos, já deu o que tinha a dar à antiga Rodésia do Sul, mas que hoje, doa a quem doer, se mostra inapto para lidar e aceitar valores políticos como a democracia, a tolerância e a alternância.
O governante, de seu nome Roberto Leal Monteiro (Ngongo), teve a grandessisima lata de dizer pomposamente que as autoridades de Luanda estavam solidárias com a forma como a polícia zimbabweana tem vindo a conter casos de violência, de modo a manter a paz e a segurança (sic!).
O ministro fazia alusão, é claro, à brutalidade infligida pelo regime de Harare contra Morgan Tsvangirai, líder do MDC, e os seus seguidores.
É evidente que, como protagonista primeira de exemplos maus no seio dos PALOP, da CPLP e da SADC, o mundo ficariam de boca à banda se Luanda não se manifestasse solidariária com mais um acto de (pura) brutalidade e (dura) ditadura que se vive presentemente na antiga colónia inglesa.
Roberto Leal Monteiro (Ngongo), sobre quem já (escrevi) defini erradamente que era um político de fino corte no trato e no pensamento mas as circunstâncias e o dia-a-dia têm demonstrado o contrário (por isso peço a vossa indulgência para ser politicamente incorrecto para retirar o imerecido elogio por mim feito um dia neste mesmo espaço), deverá, em nome da inteira e exclusiva responsabilidade José Eduardo dos Santos, ter deixado a receita a Robert Mugabe como a sua "guarda pretoriana" pode (e deve) pontapear mulheres grávidas de oito meses tal como a Polícia angolana o faz de forma impune nas ruas de Luanda.
Publicado inicialmente no NL

Etiquetas: , ,

terça-feira, março 13, 2007

Cartas de Condução portuguesa - Angola alarga caçada a outras províncias

Operação já passou as fronteiras de Luanda e chegou à Huila e à Lunda Sul. A caça às cartas de condução portuguesas em Angola não vai abrandar, mesmo depois de Luís Amado ter dado conta de um acordo para breve entre Lisboa e Luanda, disse hoje uma fonte policial angolana.
O sub-comissário Inocêncio de Brito, chefe da Direcção Nacional de Viação e Trânsito de Angola, afirmou que "a situação vai manter-se como está até esse encontro" entre Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros português, e João Miranda, ministro das Relações Exteriores angolano, previsto para a próxima semana em Lisboa.
"Ainda não fomos notificados em relação ao encontro interministerial que poderá acontecer entre os dois países", acrescentou Inocêncio de Brito que, no entanto, acredita que, "como o ministro das Relações Exteriores tem uma viagem programada para Portugal, poderá conversar com o seu homólogo sobre este problema".
A provar que a situação em nada se alterou, o sub-comissário garantiu que são já mais de 20 os títulos de condução portugueses apreendidos em Angola desde sexta-feira, sendo que a operação já se estendeu para além de Luanda, com dois casos registados na província de Huíla e um caso na Lunda Sul.
Nove portugueses foram presentes na segunda-feira a julgamento, mas o m esmo foi adiado para sexta-feira, porque o juiz do tribunal das Ingombotas, na capital angolana, decidiu que a competência do caso era do juiz de Viana, localidade onde foram apreendidas as cartas de condução.
Entretanto, Fernando Anjos, delegado do ICEP em Luanda, explicou que esta medida "tem impacto" na actividade económica dos portugueses e m Angola, apesar de na teoria esta medida só se aplicar àqueles que estão no país com visto de turista.
O problema é que devido à morosidade na atribuição de vistos de trabalho por parte das autoridades angolanas, muitos portugueses vêem-se obrigados a exercer a sua actividade mesmo tendo apenas o visto ordinário, o que os impede de solicitar uma carta de condução angolana.
"Penso que as coisas se vão resolver rapidamente porque este problema não é bom para os interesses portugueses, nem para os angolanos. Serve, no entanto, de alerta nos dois sentidos para que as pessoas legalizem a sua situação", salientou Fernando Anjos.

Etiquetas: , , ,

Portugueses impedidos de conduzirem em Angola

Lisboa chama-lhe retaliação, Luanda diz tratar-se apenas de reciprocidade A Televisão Pública de Angola (TPA), órgão oficial do governo, noticiou hoje que os cidadãos portugueses deixaram de poder conduzir em Angola com a carta de condução de Portugal.A medida foi decidida pelas autoridades angolanas em retaliação, na versão de Lisboa, em reciprocidade segundo Luanda, contra o facto dos angolanos estarem impedidos de usar a sua licença em território português.
De acordo com a TPA, a medida está em vigor desde sexta-feira, mas até hoje nenhuma outra informação foi transmitida publicamente sobre o assunto, nenhum aviso foi colocado nos jornais, nem nenhum comunicado chegou às redacções.
Fonte próxima da embaixada portuguesa em Luanda disse à agência Lusa que «Portugal e Angola estão a estudar a possibilidade de estabelecer um mecanismo bilateral, que permita obviar este tipo de situações», mas o governo angolano parece ter resolvido, com toda a legitimidade, antecipar-se e estabelecer uma medida retaliatória, apelando ao direito à «reciprocidade».
A proibição de utilização das licenças de condução angolanas em Portugal data de 2000, segundo o primeiro secretário do Consulado de Angola em Lisboa, Eliseu Bumba, citado pela reportagem da TPA, mas ao que parece só desde o ano passado começou a ser aplicada.
As autoridades portuguesas justificam o impedimento do uso da carta de condução angolana em território português por Angola não ter assinado a Convenção de Viena sobre Tráfego Rodoviário, documento que rege as normas internacionais de circulação nas estradas do mundo.
«De repente, no ano 2000, fomos surpreendidos com a decisão de que as cartas angolanas não estavam habilitadas a conduzir cá», referiu Eliseu Bumba, entrevistado na capital portuguesa.
O tema ganhou maior importância em Angola no passado dia 5, quando o avançado do Benfica, Pedro Mantorras, uma das maiores estrelas do futebol angolano, foi detido e presente a tribunal por ter sido apanhado a conduzir com uma carta angolana.
Em Angola, e até agora, os portugueses podiam usar a carta de condução emitida em Portugal até ao prazo máximo de 90 dias, período a partir do qual tinham que solicitar uma licença angolana para poderem continuar a conduzir.


Fonte: Notícias Lusófonas

Etiquetas: , ,

segunda-feira, março 12, 2007

Cartas de condução, um rei que vai nu e a legião canina

Sob o título «Angola põe em sentido o sobranceiro Governo de José Sócrates», Jorge Eurico escreve e bem (o que não é novidade) na sua crónica aqui no NL sobre a questão de mais de dez cidadãos portugueses terem sido presentes ao Tribunal de Luanda em virtude de «terem tido o desplante de desrespeitar a decisão (soberana) tomada, sexta-feira, 9, pelas autoridades angolanas, consubstanciada na proibição de os cidadãos lusos conduzirem em território nacional».
Por Orlando Castro in Notícias Lusófonas
Tal como o Jorge Eurico, a decisão do Governo também potencia o meu orgulho de ser angolano, mau grado muita gente afecta ao MPLA me considerar «tuga» e, é claro, muita gente afecta ao Governo «tuga» me considerar angolano.
«A deliberação do Executivo angolano irá forçar indubitavelmente o sobranceiro Governo de José Sócrates a repensar a forma como a cinzenta e atrasada Lisboa se tem relacionado com Luanda», escreve Jorge Eurico. Aqui tenho dúvidas. E tenho porque José Sócrates, numa lógica que está a fazer escola, confunde críticas com desobediência e acha-se dono da verdade.
Por isso, meu caro Jorge, Sócrates não vai repensar coisa alguma em matéria de relacionamento com Luanda. É só esperar para ver. Sócrates nem sequer repensa a forma como se relaciona com os portugueses.
Portanto… «Já agora (como quem não quer nada querendo) sugiro que, quando os delegados dos ministros das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios Estrangeiros de Portugal estiverem sentados à mesma para ultrapassarem este diferendo político-diplomático, que opõe o Estado angolano ao português, não se deslembrem de esclarecer por que razão os brasileiros têm um tratamento especial em terras lusas», diz sem papas na língua, como é costume, Jorge Eurico reflectindo sobre uma realidade que está em todas as esquinas portuguesas.
Contudo, penso que se deve falar de brasileiros e de brasileiros. Os que não são brancos ou jogadores de futebol já se assemelham, segundo Lisboa, a uma subespécie. Jorge Eurico entra depois numa série de perguntas:
«1 - E já agora por que não falar, por exemplo, da uniformização da carteira profissional de Jornalistas, de Advogados e de Médicos?
2- Será que os Jornalistas angolanos estão aquém da capacidade dos seus colegas portugueses?
3 - Será que os Advogados bissau-guineenses ficam muito a dever os seus camaradas portugueses?
4- Será que os Médicos cabo-verdianos ou moçambicanos não têm a mesma capacidade que os colegas portugueses?».
Pago para ver o que Sócrates e companhia responderiam a estas questões. Vão ficar mudos e quedos. Mas não são os únicos. Advogados, médicos, jornalistas etc. etc. vão ficar caladinhos ou, em alternativa, alinhar com o rei Sócrates que apesar de ir nu tem uma legião canina de seguidores que só sabem dizer: «Sim, Senhor Primeiro-Ministro!».

Etiquetas: , , ,

Angola põe em sentido o sobranceiro Governo de José Sócrates

Mais de dez cidadãos portugueses, segundo a SIC, foram detidos (e bem detidos!) e presentes hoje, segunda-feira, 12, ao Tribunal de Luanda em virtude de terem tido o desplante de desrespeitar a decisão (soberana) tomada, sexta-feira, 9, pelas autoridades angolanas, consubstanciada na proibição de os cidadãos lusos conduzirem em território nacional.
A (in) esperada decisão do Governo, o que exalça o meu orgulho (e digo-o com ufania) de ser angolano, irá certamente colocar um ponto final às várias e diversas manifestações de segregacionismo primário e outras discriminações de que os cidadãos nacionais têm sido vítimas em Portugal.
A deliberação do Executivo angolano irá forçar indubitavelmente o sobranceiro Governo de José Sócrates a repensar a forma como a cinzenta e atrasada Lisboa se tem relacionado com Luanda.
Lisboa e Luanda, sejamos realistas, querem certamente que o assunto seja resolvido a contento das boas, mas sobretudo cínicas, relações entre os dois países, designadamente Portugal e Angola.
Já agora (como quem não quer nada querendo) sugiro que, quando os delegados dos ministros das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios Estrangeiros de Portugal estiverem sentados à mesma para ultrapassarem este diferendo político-diplomático, que opõe o Estado angolano ao português, não se deslembrem de esclarecer por que razão os brasileiros têm um tratamento especial em terras lusas.
E já agora por que não falar, por exemplo, da uniformização da carteira profissional de Jornalistas, de Advogados e de Médicos?
Será que os Jornalistas angolanos estão aquém da capacidade dos seus colegas portugueses?
Será que os Advogados bissau-guineenses ficam muito a dever os seus camaradas portugueses?
Será que os Médicos cabo-verdianos ou moçambicanos não têm a mesma capacidade que os colegas portugueses?
Ou será que, afinal, em português não nos entendemos?
Publicada inicialmente no NL

Etiquetas: , ,

sábado, março 10, 2007

Dhlakama diz o que não faz e faz o que não diz

O presidente da Renamo é um homem que tem dito o que não faz e tem feito o que não diz. Afonso Dhlakama, quiçá por impreparação política, não tem sabido combater a Frelimo de quem a classe intelectual moçambicana anda farta até à ponta do cabelo.Por isso, volta e meia e meia volta, ameaça incendiar o País, pintar com o vermelho de sangue o chão que pisa e enegrecer de luto o ambiente das famílias moçambicanas. Ou seja, o líder do partido que tem a perdiz como símbolo tem advertido que não lhe faltam homens e meios (vontade também, digo eu e assumo!) para voltar a pôr a ferro e fogo a pátria ama(rra)da de José Craveirinha.
Símbolo do combate contra o regime de partido único em Moçambique, Dhlakama profere tais ameaças como se, à luz dos Acordos de Roma, não tivesse nunca jurado jamais voltar à guerra.
A falta de um fusível e de argumentos políticos válidos, adequados e à altura da peleja dos tempos do nosso tempo deverão ser as razões que animam Dhlakama a proferir tais ameaças.
O líder da oposição moçambicana tem, por outro lado, deixado escapar a ideia de que se um dia chegar ao palácio da «Ponta Vermelha» irá agir de forma igual ou pior que a Frelimo.
Ilustra isso o facto de Dhlakama recusar-se a abandonar a direcção da Renamo para quadros (e não ardósias) com uma visão e estratégia que se compaginem com a nova forma de fazer política, onde a tónica principal devem ser as ideias, os argumentos em favor do povo e do País.
Dhlakama está a cair no descrédito, já ninguém lhe dá ouvidos internamente. Ou seja, a massa intelectual moçambicana deixou de lhe dar ouvidos e está amuada por não ter alternativa política que não seja a Frelimo.
Não terá, neste jogo político de dados marcados, chegado a hora de o velho amigo de Luís Delgado mudar de estratégia?

Etiquetas: , ,

Monangamba

Naquela roça grande não tem chuva
é o suor do meu rosto que rega as plantações;
Naquela roça grande tem café maduro
e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seivas.
O café vai ser torrado,
pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem às aves que cantam
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga?
Quem traz pela estrada longa
a tipóia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolare
"porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
- Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
máquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
Ter barriga grande - ter dinheiro
-Quem?
E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão
- "Monangambééé..."
Poema do angolano Anónio Jacinto

Etiquetas: , ,

quinta-feira, março 08, 2007

Adido da Embaixada da Alemanhã (Moçambique) «vende» informação ao público

O adido da Embaixada da Alemanhã em Maputo (Moçambique) cobra (?) 68 mil meticais para prestar informação ao público, sobretudo aos empresários ou aspirantes a tal, que, por razões diversas razões e razões diversas, queira obter informações sobre o mercado alemão.
Independentemente de ser legal ou não a cobrança pela informação, a verdade é que o funcionário em apreço não se digna receber o público e, ao que tudo indica, não passa factura para quem solicita informação de carácter comercial e utilidade pública e empresarial na referida representação diplomática.
De resto, o preço da informação (68 mil meticais) não está ao alcance de qualquer um e a prática, segundo apurámos, não é do conhecimento público. Por isso, seria de bom tom que o Ministério do Negócios Estrangeiros orientasse a publicação no períodico de maior tiragem moçambicano para dar conta do valor que o adido comercial cobra para prestar uma informação de carácter comercial e utilidade pública...

Etiquetas: , ,

Jovens refugiam-se em igrejas para fugir a casamento forçado

A impossibilidade de escolher um marido e os casamentos forçados continuam a fazer parte da realidade de muitas jovens da Guiné-Bissau que, para fugir a este destino, procuram refúgio nas igrejas. Mesmo hoje, Dia Internacional da Mulher, que é feriado na Guiné-Bissau, há de certeza uma jovem guineense a casar, contrariada, com um homem muito mais velho, escolhido pelo pai ou pelo tio materno, na ausência do primeiro.
A Agência Lusa falou com algumas jovens que tiveram a coragem e a audácia de fugir ao destino que lhes tinham traçado e que actualmente vivem nas instalações da Igreja Evangélica da Guiné- Bissau, que, por seu lado, tem vindo a denunciar esta prática que viola os direitos da mulher.
As jovens, com idades compreendidas entre os 16 e os 21 anos, são oriundas das mais diversas zonas do país e justificaram a fuga de casa e da família por não quererem casar com maridos escolhidos por familiares, mas também porque querem continuar a estudar.
"Queriam que eu me casasse com um homem que tinha idade para ser meu pai e não era crente. Recusei e fugi para a missão" evangélica de Bolama, disse Filomena Qsin. Actualmente com 18 anos, Filomena tinha 15 quando fugiu de casa, na aldeia de Bessassema, no sul do país. Agora estuda e tem uma vida normal para uma rapariga da sua idade, afirmou, acrescentando que quer ser médica quando for adulta.
Desde que ficou sob protecção dos pastores da igreja Evangélica em Bolama e depois foi enviada para Bissau, Filomena já recebeu visitas da mãe e dos irmãos. O pai é que ainda não apareceu, mas Filomena não se importa e remata que "um dia há de compreender o mal que fez".
Com um ar de criança, Bebé Bitan, veio de Binar, localidade próxima a Bissorá no centro/norte da Guiné-Bissau. Foi das últimas a chegar … missão, onde reside há cerca de um ano. A história de Bebé, com 16 anos, é semelhante a de Filomena. Um tio paterno quis casá-la com uma pessoa que ela nem sequer conhecia. "Não aceitei. Bateram-me imenso, por isso fugi. Vim directo para Bissau", explicou, deixando nas "mãos de Deus o futuro".Talvez venha a ser missionária, frisou Bebé.
Sábado Sanhá, da região de Quinará, sul da Guiné-Bissau, disse que fugiu quando descobriu que um tio já andava a apalavrar o seu casamento com um homem da aldeia. "Fugi porque essa pessoa além de ser descrente, é velha e eu queria continuar a ir … escola, coisa que não podia fazer se aceitasse o casamento. Também não gostava nada dele", referiu.
O casamento forçado é uma prática ancestral enraizada entre as etnias animistas da Guiné-Bissau, sobretudo entre os balantas (principal grupo étnico do país) e os papéis, a que pertence, por exemplo, o Presidente João Bernardo "Nino" Vieira.
Nascida e criada em Bissau, Ntchanga contou … Lusa que um dia foi chamada … aldeia em Prabis pelo pai que lhe anunciou que tinha encontrado "um homem" para ela. "Como eu sabia que o casamento da nossa etnia é uma canseira, em poucos anos a mulher envelhece devido aos trabalhos forçados, não queria nada disso para mim e além disso pretendia continuar a estudar. Recusei a proposta do meu pai e fugi", para a missão, disse.
A missionária inglesa Hazel, uma espécie de tutora destas jovens, explicou … Lusa que concorda que tenham fugido, uma vez que eram obrigadas a casar com "pessoas que não professam a mesma religião". O pastor Joaquim Correia, presidente do Conselho Nacional das Igrejas Evangélicas da Guiné-Bissau, afirmou, por seu lado, que o casamento forçado é um fenómeno que se verifica em todas as regiões do país e é urgente denunciá-lo para levar as autoridades e a sociedade a tomarem a consciência de que "é uma prática retrógrada".
O pastor disse ainda que decidiu intervir porque a Bíblia considera que o casamento só se celebra pelo amor e também porque se está perante uma "flagrante violação dos direitos humanos".

Etiquetas: , ,

Dhlakama só deixa o poder se a Frelimo for derrotada

A Renamo não é um partido qualquer fundado numa pensão a beber cerveja, quem o diz é Afonso Dhlakama que, ao contrário do que era suposto, possível e desejável para a maioria dos militantes e simpatizantes da “perdiz”, se recusa terminantemente a abandonar a liderança do maior partido moçambicano na Oposição em favor de quadros intelectual e politicamente mais preparados, enquanto não tomar o palácio da “Ponta Vermelha”.


Dhlakama pretende fazê-lo por via do voto, mas o sangue poderá voltar a jorrar no chão moçambicano e comprometer a paz que se vive há 14 anos neste país do Índico, caso os resultados eleitorais voltem a ser manipulados, conforme se diz à boca pequena, pelo partido no poder como num passado recente.


Em declarações feitas recentemente ao jornalista Rosário dos Santos, correspondente do “Canal de Moçambique” em Quelimane (Centro-Norte de Moçambique), o líder da Renamo aventou a hipótese de recorrer às armas caso a Frelimo, partido no poder, volte, tal como num passado recente, a manipular os resultados das próximas eleições.


Homens e meios não faltam a Afonso Dhlakama para alcançar o seu desiderato, o de voltar a pôr Moçambique a ferro e fogo. “Tenho, só na Zambézia, mais de 5 mil comandos que sabem, perfeitamente, disparar, à espera das minhas ordens para entrar em acção. As armas não são problema, podemos requisitá-las com facilidade”, revelou.


Recorde-se, entretanto, que não é a primeira vez que o líder da Renamo fala da possibilidade de voltar à guerra e, desta forma, quebrar o clima de paz que há 14 anos reina em Moçambique. O ano passado Afonso Dhlakama considerou, durante uma importante reunião de quadros do seu partido na cidade da Beira, a possibilidade de reagrupar os seus antigos combatentes, os chamados “combatentes pela liberdade”, face à actual discriminação de que são vítimas pelo Executivo da Frelimo.


Fonte: Notícias Lusófonas

Etiquetas: , , ,

Angola: o pecado da cumplicidade

José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, símbolo consagrado da ditadura e da corrupção é o exemplo vivo da indiferença que realça a cumplicidade entre o Poder, dito institucional e o Poder territorial, o tal poder que se diz ser do povo.

Por Fernando Casimiro in Notícias Lusófonas

Desde a sua subida ao poder e após sucessivas filtragens de sistemas na orientação política, militar e económica, sobretudo, que José Eduardo dos Santos tem como principal aliado a indiferença do povo angolano para que hoje, todo um desempenho com base na defesa de elites servisse de sustento para a consagração de um império denominado José Eduardo dos Santos, família e companhia.


Uma cumplicidade traduzida no silêncio, na passividade e no servilismo de um povo resignado às circunstâncias, o que é incompreensível, sabendo-se conhecedor das realidades que o caracteriza e ao país em geral.

O povo angolano sabe que Angola é presidida por um ditador que controla toda a estrutura do Estado através da corrupção. O povo angolano sabe, mas nada faz para mudar a situação, pois aguarda pacientemente por milagres.

O povo angolano habituou-se às desculpas de que a guerra era o principal entrave ao seu progresso e bem estar, habituou-se e hoje, sem guerra há já uns anos, o mesmo povo angolano não é capaz de questionar porque o seu país, um dos mais ricos em recursos naturais, continua a figurar na lista dos eternos pedintes de ajudas ao exterior, contrariando a prática da ostentação de riqueza pessoal de José Eduardo dos Santos, família e companhia.

Como é possível à família de José Eduardo dos Santos dominar os maiores negócios em Angola e lançar-se na internacionalização de investimentos através de parcerias com empresas e grupos económicos que também estão instalados em Angola, sem ser com os dividendos da riqueza de Angola e que deveriam ser postos ao serviço do povo angolano?

José Eduardo dos Santos tem sabido gerir a riqueza de Angola em proveito próprio, comprando consciências dos que acha mais capazes para realizarem a lavagem cerebral aos angolanos, enquanto ele, a família e companhia, continuam a fazer a lavagem do dinheiro proveniente dessa riqueza, neste caso com a cumplicidade de parceiros portugueses, franceses, israelitas, brasileiros, americanos, russos e chineses, que, obviamente, estão-se nas tintas para o povo angolano!

O trono dos diamantes e do petróleo há muito que criou a dinastia "Dos Santos" cada vez mais rica e poderosa e a quem os angolanos, a continuarem indiferentes, estarão condenados a estender a mão: seja para uma moeda, seja para a palmatória...

Etiquetas: , , ,

Nino e Eduardo dos Santos: o poder perpétuo (ou quase)

O presidente bissau-guineense chega hoje, terça-feira, 27, a Luanda para um encontro com o seu homologo angolano. Durante 24 horas João Bernardo “Nino” Vieira e Eduardo dos Santos vão passar em revista as relações entre os dois países, bem como a cooperação bilateral em vários domínios, nomeadamente na actuação da Guiné-Bissau e de Angola na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Esta é a agenda oficial de “Nino” Vieira.
A segunda agenda, logo não oficial, digo eu, irá versar sobre o aprimoramento dos conhecimentos de “Nino” Vieira sobre as melhores formas de se perpetuar no poder, de subverter a democracia, de proscrever jornalistas e intelectuais dos seus meios e ordenar a prisão de activistas de Direitos Humanos, sejam eles da Global Witness ou não, tal como Eduardo dos Santos o tem feito com arte, mestria e sabedoria sem que a putativa Comunidade Internacional tuja ou muja.
Eduardo dos Santos, como não poderia deixar de ser, vai oferecer com o dinheiro dos angolanos ao seu mui amigo bissau-guineense banquetes regados com o melhor e mais caro vinho guardado nas adegas do Palácio da Cidade Alta.
Uma vez que os banquetes serão pagos com dinheiro dos angolanos, por uma questão de solidariedade com os povos que sentem no corpo e na alma política o peso da bota da autocracia, da arrogância e da ausência da democracia e de algumas liberdades, seria de bom tom que Eduardo dos Santos procurasse saber efectivamente o que se passa na Guiné-Bissau.
Por isso, espero, com o desejo intranquilo de quem quer a resposta para o dia de ontem, que, à margem ou no decurso da visita, Eduardo dos Santos inquira, sem sofismas nem eufemismos, “Nino” Vieira por que razão se assiste, nos últimos tempos e cada vez mais, na Guiné-Bissau a actos escuros como a cor negra da cobardia que na maior parte das vezes resultam em mortes estranhas e inexplicáveis de jornalistas, intelectuais, políticos e militares nesta antiga colónia de Portugal.
Espero, porque acredito piamente que não quererão certamente que por vossa causa se diga que a civilização nos PALOP´s está em decadência, que Eduardo dos Santos indague o inquilino do Palácio da Colina de Boé a razão do ódio inflamado contra a classe jornalística e a violência indirecta contra alguns, mas quase todos, intelectuais que não são bem quistos pelo regime que (ainda) vigora na Guiné-Bissau.
Espero, tal como a minha mãe, a dona Maria Helena, ensinou-me a esperar paciente nas horas duras e difíceis, que Eduardo dos Santos faça a fineza de procurar esclarecer porquê que os jornalistas, intelectuais, políticos e militares se tornaram inimigos a abater na primeira esquina das ruas escuras, medonhas e esburacadas de Bissau.
Espero que Eduardo dos Santos não se deslembre de auscultar Nino Vieira e esclarecer porquê que a paz que se esperava na Guiné-Bissau deu lugar à hostilidade e ao terrorismo velado (e ao mesmo tempo aberto) contra os jornalistas, intelectuais, políticos e militares.
Se tal não acontecer, Eduardo dos Santos e “Nino” Vieira irão matar a nesga, a réstia de esperança, que em mim ainda existe, de que se pode fazer alguma coisa em defesa dos povos angolano e guineense.

Etiquetas: , , ,

A razão da força contra a força da razão

Um ordinário salteador e filho de pai incógnito que, à pala da farda da Polícia Nacional que enverga e da arma de fogo que transporta no ombro a pretexto de garantir a segurança e tranquilidade públicas dos angolanos, pontapeou, a 8 de Agosto do ano passado em Luanda, uma mulher grávida de oito meses como se de uma cadela tinhosa e sem dono se tratasse.
Como se pode entender, afinal, que, nesta terra explorada (por um pequeno grupo bem identificado), nesta opressão (não) declarada, isso ainda aconteça? Tal dever-se-á, digo eu, ao autismo esquizofrénico e ao desprezo suicida pelas aspirações e necessidades primárias dos angolanos por parte do chefe do Governo, de seu nome Jonas Savimbi, que hoje, dia 22 de Fevereiro, completa mais um aniversário do seu consulado, cuja lonjura há muito começou a cansar o povo.
Uma cidadã de nome Vitória, nascida certamente na Angola dos pequeninos, filha de um deus menor e para quem o Sol jamais brilhou enquanto em vida, morreu recentemente às portas de um Centro de Saúde do Sambizanga (Luanda) por falta de três mil kwanzas (cerca de cinco euros).
Como se pode entender, afinal, que, nesta terra explorada (por um pequeno grupo bem identificado), nesta opressão (não) declarada, isso ainda aconteça? Tal dever-se-á, digo eu, ao autismo esquizofrénico e ao desprezo suicida pelas aspirações e necessidades primárias dos angolanos por parte do chefe do Governo, de seu nome Jonas Savimbi, que hoje, dia 22 de Fevereiro, completa mais um aniversário do seu consulado, cuja lonjura há muito começou a cansar o povo.
De acordo com o relatório da autoria do activista de Direitos Humanos Rafael Marques, com o título “Operação Kissonde: Os diamantes da Humilhação e da Miséria””, seguranças privados ao serviço de empresas de generais do exército angolano no Cuango – Lunda-Norte, tais como “Teleservice” “Alfa-5” e a “K&P Mineira”, revistaram – com as varetas das suas armas – o ânus de Francisco Paulo Ita, 29 anos, à procura de diamantes, enquanto que um outro cidadão, cujo nome não está plasmado no documento, foi, sob ameaça de uma arma de fogo apontada à cabeça, obrigado a sodomizar o sogro.
Como se pode entender, afinal, que, nesta terra explorada (por um pequeno grupo bem identificado), nesta opressão (não) declarada, isso ainda aconteça? Tal dever-se-á, digo eu, ao autismo esquizofrénico e ao desprezo suicida pelas aspirações e necessidades primárias dos angolanos por parte do chefe do Governo, de seu nome Jonas Savimbi, que hoje, dia 22 de Fevereiro, completa mais um aniversário do seu consulado, cuja lonjura há muito começou a cansar o povo.

Etiquetas: , ,

Morte de Savimbi em nada (pelo contrário) ajudou o pobre Povo angolano

A morte de Jonas Savimbi, faz hoje cinco anos, marcou o final da “Guerra Esquecida”, como era conhecida no Ocidente, que matou o futuro de três gerações. Foi, para uns poucos, pretexto para abrir garrafas de champanhe. Porém, cedo, mas muito cedo mesmo, deram conta que a morte do fundador do Galo Negro constitui(u) “má notícia” para todos aqueles, sejam eles do MPLA ou ainda da UNITA, mesmo que da Renovada, por ter aberto caminho para o impedimento do enriquecimento fácil à sombra da guerra.


Com a irreverência e frontalidade características da sua juventude e a tímida coragem permitida pela mão circunstancialmente aberta do Sistema que senhoria Angola, o líder parlamentar do Partido de Renovação Social (PRS) afirmou, no dia 19 de Fevereiro de 2005, em declarações à agência Lusa, que “a morte de Jonas Savimbi e o consequente fim da guerra não permitiram melhorar as condições de vida dos angolanos”.



Lindo Bernardo Tito, que em 1991 deixou os microfones do grupo Rádio Nacional de Angola (RNA) na emissora provincial da Lunda Norte para abraçar a terceira maior força política nacional de corpo e alma, deverá saber que as suas palavras, apesar do tempo levado pelo tempo do nosso tempo, continuam válidas hoje e, quem sabe, continuarão a ter o mesmo valor amanhã caso a fina flor preconceituosa do poder angolano, à semelhança do tristemente célebre regime português de António de Oliveira Salazar, continuar a pautar pelo autismo esquizofrénico e desprezo suicida pelas aspirações e necessidades primárias do povo como tem acontecido de 1975 à presente data.



As palavras do tribuno à Assembleia Nacional pelo PRS, relativas à morte de Jonas Savimbi, continuarão certamente a ser válidas por muito mais tempo (cinco, dez anos ou quem sabe mais) caso se continue a pensar nos corredores do poder (absoluto) que no País existem cidadãos de primeira e de segunda e que a pretensa democracia das Ingombotas (Luanda) é extensiva ao resto de Angola.



A morte de Jonas Savimbi permitiu, quinze dias depois, o alcance da paz mas não operou mudanças dignas de registo na vida social e económica do cidadão comum, o que quer dizer que a “puta” da vida continua a mesma. Ou seja, de mal a pior. Dito de outro modo: se Jonas Savimbi, morto aos 67 anos, era uma mosca incómoda, então quem o combateu é uma “merda” que continua a mesma… e cada vez mais mal cheirosa.



Jonas Savimbi morreu, mas milhares de angolanos continuam, no alvorecer de cada ano lectivo, a não ter acesso ao Ensino de Base, Médio e Superior. Os angolanos, pior do que antes de 22 de Fevereiro de 2002, continuam a morrer por falta de dinheiro para pagarem nos hospitais. Agentes da Polícia Nacional inverteram o seu papel. Ou melhor, ao invés de protegerem os cidadãos combatem-nos.


A crítica ao Governo continua a ser entendida como uma afronta. Filiar-se num partido que não seja o MPLA é sinónimo de proscrição da Função Pública e do desprezo da sociedade medieval que, infelizmente, ainda existe em Angola. Enfim, uma imensidão de exemplos que poderiam ilustrar que a morte de Jonas Savimbi “rebentou” como chapéu de chuva da má vontade política do governo no que respeita aos cumprimentos das suas responsabilidades.



Jonas Malheiro Savimbi (1934 – 2002)



Jonas Malheiro Savimbi nasceu em Munhango, província angolana do Bié, em 1934. Passou a infância no sul de Angola entre o povo Ovimbundu, o maior grupo étnico do país, e ao contrário da maioria das crianças angolanas frequentou a escola e era considerado um aluno «inteligente e aplicado».


Filho de um chefe de estação dos Caminhos de Ferro de Benguela e pastor evangélico, Loth Malheiro Savimbi, e de Helena Mbundu Sakatu. Estudou no Colégio Marista do Bié, passou pelo Liceu do Lubango e veio terminar os seus estudos secundários no Liceu Paços Manuel, em Lisboa e aqui estudou durante dois anos na Faculdade de Medicina.


Enquanto esteve em Portugal foi detido três vezes pela polícia secreta portuguesa (PIDE). Savimbi fugiu para a Suíça em 1960 e formou-se em Ciências Políticas e Jurídicas pela Universidade de Lausanne, em 1965. O líder da UNITA juntou-se ao movimento contra o colonialismo português e na Europa, Savimbi conheceu membros dos dois principais movimentos políticos angolanos: o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) e a União dos Povos de Angola (UPA).



Em 1961 filiou-se na UPA e rapidamente se tornou secretário-geral do Partido. Ajudou depois a criar a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), um novo movimento político. À FNLA juntaram-se outros pequenos movimentos e foi criado o GRAE (Governo da República de Angola no Exílio) reconhecido pela OUA como representante do Povo Angolano. Savimbi é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros desse governo no exílio.



No final do mesmo ano a FNLA lançou uma ofensiva contra o poder colonial português e as tensões entre os movimentos nacionalistas aumentaram. Savimbi deixou a FNLA em 1964 e viajou para a Europa de Leste, nomeadamente para a URSS. Um ano mais tarde recebeu treino militar na China, acompanhado de outros onze companheiros que com ele partilham a visão de que a luta contra o colonialismo português teria de ser feita de dentro de Angola, junto das populações que sofriam.


Regressa a Angola em 1966 fundando a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que logo começou os ataques armados contra a potência colonial. Em 1967 foi detido na Zâmbia quando procurava apoios para a luta no interior do País. Libertado viaja para o Cairo e regressa de novo ao interior de Angola e continua a actividade clandestina contra o colonialismo português.



Os movimentos nacionalistas começaram a discutir o futuro político do país e a guerra continuou até 1974, altura em que foi derrubada a ditadura em Portugal e instaurada a democracia. O império colonial português começou a desintegrar-se e Angola tornou-se independente a 11 de Novembro de 1975. Ainda em 1974 e depois de assinar o cessar-fogo com Portugal é Savimbi que convence os outros dois movimentos a assinarem o cessar fogo.


É ainda a seu convite que se realizam durante este processo três cimeiras entre os Movimentos. Primeiro em Campala, Uganda onde os três concertam uma posição para as conversações com Portugal em Alvor, depois em Mombaça no Quénia e em Nakuru também no Quénia na tentativa de salvar o processo de Paz então em curso. Mas as conversações de Paz não resultaram porquanto o MPLA tinha decidido com o apoio da URSS e de alguns sectores portugueses assaltar o poder.



Assim levou a efeito um ataque militar contra a FNLA e a UNITA. Depois da independência, as tensões entre os três movimentos nacionalistas resultaram num conflito armado. O MPLA recebeu armas da URSS e o apoio de tropas cubanas, enquanto a UNITA recebeu ajuda financeira e militar da África do Sul e de outros países ocidentais como os Estados Unidos.



No período que medeia 1974 e 1990 Savimbi tenta sem êxito entrar em conversações de Paz com o MPLA. Em simultâneo vai alargando no terreno a influência militar da UNITA, e construindo por todo o mundo a imagem de um Movimento que lutava contra a ditadura comunista então existente em Angola.



Finalmente em 1990 pressionado pelas acontecimentos mundiais e pela derrota militar no terreno angolano o MPLA aceita negociar a Paz e introduzir o multipartidarismo e as eleições em Angola. Seguem-se eleições em nos finais de Setembro 1992, cujos os resultados artificiosos a UNITA aceita em 14 de Outubro. Mas apesar disso o MPLA leva a cabo um golpe de estado, assassinando os principais dirigentes da UNITA em Luanda, e massacrando mais de vinte mil cidadãos na capital.


A guerra civil recomeça e arrasta-se até 2001. Várias tentativas são feitas para que ela acabe. Em Dezembro de 2001 a UNITA aceita por intermédio da ONU o restabelecimento da Paz e o cessar-fogo. Mas antes que tal seja feito o MPLA ataca a zona onde Jonas Malheiro Savimbi estava e este é morto em combate a 22 de Fevereiro de 2002.


Publicado inicialmente aqui

Etiquetas: , , ,

NL e Jorge Eurico dão lição de bom Jornalismo

O Notícias Lusófonas mostrou, mais uma vez, as vantagens de se ser jornalista 24 horas por dia. Pela “pena” de Jorge Eurico foi o primeiro, ontem, e com muitas horas de antecedência a dar a notícia (manchete) sobre a detenção em Cabinda da activista Sarah Wikes, da Global Witness. Por alguma razão uma das máximas do NL é “leia hoje aqui o que encontrará, talvez, amanhã noutro jornal”. Assim foi, na maioria dos casos. Hoje alguns deram a notícia, outros vão dá-la amanhã e outros ainda esperam ordens do MPLA.
Por Orlando Castro in Notícias Lusófonas
“Já o dissemos, mas não é demais repetir que o Governo angolano continua a provar que não deixa os seus créditos por mãos alheias quando os assuntos são desrespeitar os Direitos Humanos e - tal como João Melo, deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA, o confirmou num colóquio realizado recentemente em Luanda - vincar que em Angola, contrariamente ao que era suposto, possível e desejável, ainda não há espaço para determinadas Liberdades, sobretudo para a de Expressão e outras que fazem mossa aos antigos marxistas hoje convertidos em "novos cristãos" de uma pretensa democracia que os angolanos não conhecem nem nunca sentiram de facto”, escreveu Jorge Eurico.
Por este caso, entre tantos, tantos outros, se compreende a razão porque o Notícias Lusófonas é tão incómodo para os poderes instituídos, tenham ou não sustentabilidade democrática. Também por este caso (entre muitos, muitos outros) se compreende a razão porque Jorge Eurico é considerado persona non grata nos meios ditatoriais de Luanda.
Desde sempre o NL, bem como – neste caso – Jorge Eurico, mostram que a Liberdade de informação é algo que é difícil de praticar quando os alvos são os detentores divinos das verdades absolutas. Mesmo assim, contra (quase) todos e contra (quase) tudo, continuam a dar claros exemplos de como se faz Jornalismo numa sociedade de direito.
É claro que o Governo angolano, sobretudo a sua vertente ditatorial (MPLA), vai pôr mais uma cruz na história do NL e do Jorge Eurico. E já são tantas as que lá colocou que ambos não estranham.
A grande vantagem, tanto do NL como do Jorge Eurico, é que por cada cruz que o MPLA coloca, o povo angolano coloca dois ou mais “muito obrigado”.
Por isso, os poucos que têm milhões não conseguirão derrotar os milhões que têm pouco, ou nada. Estes estão, cada vez mais, ao lado do Notícias Lusófonas e do Jorge Eurico.

Etiquetas: , ,