O Arauto

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quarta-feira, outubro 10, 2007

Angola, o ANC, a tomada e o focinho de porco

O jornal electrónico «Canal de Moçambique» deu recentemente à estampa um relatório de dezassete páginas que revela que há dirigentes do Congresso Nacional Africano (ANC), a começar supostamente pelo seu líder, que não morrem de «amores» pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.
O «furo» jornalístico do «Canal de Moçambique» consiste no facto de ter dado à estampa o referido relatório, ter revelado a trama contra o chefe de Estado angolano e ter trazido público o alegado envolvimento de Fernando Miala, antigo director dos Serviços de Inteligência Externa (SIE) no suposto «complot».
O resto, de resto, é por demais consabido. É sabido, por exemplo, que as relações entre Angola e a África do Sul sempre foram cínicas; de cortar à faca (e que a maior parte dos países anglófonos faz coro com o país mais a Sul do continente).
Não há angolano nenhum que, convenhamos, ande por esse mundo afora e não ouça a maldizerem de Eduardo dos Santos. Ouve-se da boca de estrangeiros (com que Direito?) e sobretudo de angolanos (esses, entre os quais me incluo, com todo – e mais algum - Direito). Honestamente, os primeiros não sei por que o fazem mas sei sinceramente por que os segundos o fazem.
Por isso (não) tenho motivos para (até prova em contrário) não acreditar no relatório que, desde o passado final de semana, está a ser disseminado em determinados círculos políticos sul-africanos de Pretória e além fronteiras supostamente por uma determinada ala do ANC. Mas oponho-me frontalmente à interferência abusiva estrangeiras nos assuntos internos de Angola, sejam eles quais forem, de quem forem e donde vierem.
Os angolanos podem, e já demonstraram isso, resolver os seus problemas internos. É como quem diz: em assuntos de família ninguém põe a colher. Outro modo serei forçado a dizer que os sul-africanos, os do ANC, confundem tomada com focinho de porco!