O Arauto

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quarta-feira, outubro 10, 2007

Polícia bandida... ou nem tanto assim

O Governo moçambicano actualizou recentemente os salários da Polícia da República de Moçambique (PRM), cujos efectivos passam de ora avante a auferir cerca de 60 euros por mês. Apesar de não ser (quase) nada, o referido aumento será, digo eu, um (pequeno) incentivo para os efectivos da PRM que, no contexto do Estado, têm como vocação social e política garantir a tranquilidade e segurança públicas dos moçambicanos.
Porém, os moçambicanos de uma forma geral têm insinuado, por meio de denúncias nos órgãos de Comunicação Social, que a sua tranquilidade e segurança públicas estão entregues nas mãos de uma polícia bandida.
Volte e meia, os moçambicanos apontam o dedo acusador aos agentes da PRM como sendo o desgarante da tranquilidade e segurança públicas que era suposto, possível e desejável existir no país. Ou seja, os moçambicanos têm dito, por outras palavras, que os agentes da PRM são um problema para solução da insegurança e intraquilidade que tomou conta de Moçambique de Norte a Sul, do Leste a Oeste.
Há quem diga (à boca pequena, pois claro!) que a alegada corrupção que grassa no seio da PRM deve-se aos baixos salários que auferem. Há quem diga (à boca grande, mas baixinho, claro está!) que tal se deve ao “espírito de deixar” que durante um período de 18 anos “vigorou” no País.
Se considerarmos que 20 anos é muito tempo, então é lidimo que se admita que fenómenos como o da corrupção, extorsão, espancamento brutais e o fuzilamento de inermes cidadãos na calada da noite estão inoculados no corpo e na alma de alguns mas quase todos agentes da PRM. Logo, não creio (desculpem o cepticismo) que os 60 euros que os agentes da PRM terão como salários daqui em diante irá influir de forma positiva no seu comportamento. Não creio mesmo e, peço desculpas, por isso não tiro o meu cavalinho da chuva!
O comportamento dos agentes da PRM só irá mudar se a FRELIMO proibir (é este o termo) que pessoas com a estrutura mental como a de Mário Matsinha e Marcelino do Santos não mais falem na ACIPOL, até porque falam melhor quando estão calados e mais vistosos quando nesta condição.
O comportamento dos agentes da PRM só deixará de ser anacrónico em relação ao desiderato do Governo quando os futuros candidatos a policias darem provas irrepreensíveis de que a moral, o civismo e a urbanidade, sem esquecer o nível académico, fazem parte de si e constituem a sua cartilha principal desde os tempos de berço.
Doutro modo, seremos obrigados a concluir que o esforço feito por Armando Guebuza e os seus colaboradores para a consolidação do Estado de Direito democrático moçambicano é…simplesmente vão.

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