O Arauto

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domingo, outubro 14, 2007

Reedição do fuba podre, peixe podre e porrada se refilares?

O proprietário da ex-Sociedade Cerâmica de Moçambique (CIMOC) é acusado de violar constante e sistematicamente a Lei laboral vigente no País e de destratar os cento e vinte trabalhadores moçambicanos ao seu serviço. Segundo uma carta assinada pelos trabalhadores a que agência Lusa teve acesso, os funcionários descrevem a atitude de Manuel Pereira, de nacionalidade portuguesa, como sendo “exploratória” e “racial”.
Os funcionários revelam na carta que não recebem os seus vencimentos há três meses e dão conta de actos de violência física protagonizada pelo proprietário da CIMOC. Para além de pisotear as leis vigentes no País, Manuel Pereira, diz o referido documento, faz tábua rasa às recomendações sanitárias ao não fazer as inspecções sanitárias periódicas, uma situação que já terá ditado a morte de oito trabalhadores, vítimas de doenças pulmonares. Os trabalhadores botaram a boca no trombone, agora vamos ver o que acontece.
Vamos esperar que as autoridades passem à acção no sentido de defender a honra, a dignidade e os Direitos moçambicanas. Vamos esperar que o Governo não fique com o rabinho entre as pernas. Vamos esperar, isto sim, que os servidores públicos tomem uma atitude consentânea com a vontade que se tem de erguer o Estado de Direito no País.
Se o Executivo continuar inactivo ante esta denúncia seremos obrigados a concluir que, afinal, o facto de se ser próximo (amigo, familiar ou ainda camarada) do Presidente Armando Guebuza implica estar acima da Lei e fazer impunemente tudo (e mais alguma coisa) o que nos dê na telha, ainda que seja desrespeitar os Direitos Fundamentais do cidadão-eleitor moçambicano.
Vamos aguardar que a Presidência da República faça um comunicado público a demarcar-se da atitude de Manuel Pereira porque não cremos que este órgão de soberania caucione abusos contra moçambicanos. Se proceder de forma contrária teremos todo (e mais algum) Direito de pensar que foi (é) a Presidência da República que manda Manuel Pereira tratar os moçambicanos abaixo de cão.
Vamos pensar com todo (e mais algum) Direito que é entendimento da PR que em Moçambique não existem trabalhadores, mas sim assalariados tal como no tempo colonial. Os moçambicanos fazem Manuel Pereira prosperar, ter carros, casas, “senhora” e, certamente, barriga grande. E o que é que recebem em troca? Nada, nada que não seja porrada! Assim, comparado com o que se passava no tempo colonial estamos pior. Estamos pior porque no tempo colonial só se dava porrada se se refilasse, mas, entretanto, o colono jamais se esquecia de dar peixe e fuba, ainda que podre.
Hoje por hoje, trinta e dois anos passados desde a (in) dependência de Moçambique, Manuel Pereira – o tal que tem muito dinheiro e é amigo de Armando Guebuza – limita-se a dar porrada. Apenas isso e nada mais do que isso, esquecendo-se de dar ao menos o peixe e a fuba. Ainda que podres.
Eusébio Ferreira da Silva vive há mais de trinta anos em Portugal, é amigo do Presidente português e tem dinheiro quanto baste. Mas não creio que ao Pantera Negra seria permitido tratar os seus empregados abaixo de cão. Tenho dúvidas. Sérias dúvidas mesmo.

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